Tempo para os filhos

09:46:00



Hoje o dia não começa da melhor forma. Estou doente.
A noite foi um pesadelo, tenho dores no corpo, a garganta explode de dor e fungo muito.
Resultado, a mãe não vai trabalhar!
Hoje funcionará um pouco como quando eu estou de folga. A S. acorda e fica radiante pois vê a mamã de manhã! Infelizmente, não me verá no meu melhor, mas ela não se importa, eu sei.
Segue um pouco a aflição de mãe, com a aproximação entre nós ao longo do dia e o "bichinho" chato passar para ela.

Mas o artigo de hoje não passa por aqui.
Passa pela maravilhosa sensação que tenho quando a minha princesa fica feliz por me ter com ela, sentir a minha presença e a minha atenção.
Diariamente,  eu sou a primeira a levantar-me e a sair. A S. nem acorda. Como regresso por volta das 20h, a pequena tem-me para ela somente 2 horas antes de ir dormir. Claro que quando estou de folga, ela não perde nenhum momento comigo, quer aproveitar ao máximo.

Por vezes, dou por mim a pensar como seria se tivesse dois filhos.
Seria capaz de conseguir compensar a minha ausência aos dois? Acredito que sim. Mas seria da mesma forma? Acho que não.
Não por incompetência, mas porque tinha de dividir essas duas horas que eram completas para a S. por dois. Serei egoísta? Tornarei a S. egoísta? Irá querer sempre tudo para ela?

Estas são algumas perguntas que me faço quando por algum momento me passa pela cabeça ter outro filho (outras perguntas sobre ter mais um filho, já se concentram em outras questões, fica para outro artigo). O tempo que temos para os nossos filhos é cada vez mais escasso.

Quando ligo a tv ou rádio e ouço notícias que o Governo pondera em manter as escolas e as pre-escolas abertas até mais tarde por causa do trabalho dos pais, quase quero cortar os pulsos!
Não seria mais lógico, diminuir a carga horária do trabalho dos pais para eles passarem mais tempo com os filhos?

Recordo a minha infância, a minha mãe era doméstica e cresci com toda  a atenção e tempo para mim. Foi tão bom. Sinto mesmo que tive sempre a minha mãe presente. Era ela que me acordava, preparava o pequeno almoço, levava-me a pé até à escola. Quando tocava para a saída das aulas, sabia que seria a minha mãe que estaria no portão à minha espera. O caminho até casa era divertido, partilhando com ela todas as aventuras escolares. Quando chegava, a minha mãe preparava-me o lanche, ajudava-me nos trabalhos de casa e depois já era hora de preparar o jantar enquanto eu brincava. Jantava em família aguardando o momento que ela me ajudava na higiene para me deitar para dormir. Nunca adormecia com histórias, mas sim a conversar com ela. Sobre os meus medos, os meus sonhos, sobre tudo... E assim, a minha mãe se tornou até hoje a minha melhor amiga.

Hoje, se a S. estivesse na escola, provavelmente seria o pai a acompanhar à escola, outras vezes a avó. Provavelmente seriam eles a esperar a S. no portão. Não seria eu a preparar o lanche nem a ouvir com entusiasmo as suas histórias. Provavelmente eu só seria aquela que chegaria a casa, cansada para lhe dar duas horas rápidas para tudo, e deitá-la na cama rapidamente, porque no outro dia eu voltaria a ser a primeira a levantar e a sair para trabalhar.

Invejo a minha mãe por ter sido mãe a tempo inteiro, porque a vida assim permitiu.
Para quem tem mais que um filho acredito que consiga coordenar tudo e fico muito feliz por isso. E aquelas mães que a vida lhes permite ficar em casa a cuidar dos filhos, são umas sortudas e só espero que aproveitem bem todos os momentos!

A Mãe Online

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2 comentários

  1. Penso tantas vezes nisto, no tempo que temos para os nossos filhos!

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    1. Se pudesse seria mais presente! Talvez um dia tenha uma boa ideia para um negócio em casa como algumas mamãs 😋 E acabe por passar mais tempo com ela!

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